Ao acordar às cinco e poucos da manhã para ir ao banheiro esvaziar a bexiga, me lembrei do Salmo 16.7b, que diz: “...até os meus rins me ensinam de noite.”
Aproveitei o silêncio da madrugada para conversar com Deus, enquanto ouvia o tique-taque do relógio, e no mesmo tem escrita a seguinte frase: “Graça Plena”, em alusão a Jesus Cristo, na parede da minha biblioteca. Enquanto conversava com Deus, me lembrei do meu pai, que faleceu há pouco tempo (de vez em quando me lembro dele).
Nesse ínterim, ouvia o cantar dos pássaros lá fora, entre os blocos de concreto, talvez estivessem na antena parabólica do vizinho de frente ou não. Todos os animais são gratos, quanto mais os pássaros que cantam todos os dias pela manhã e à tardezinha! Compreendi que também devo ser grato por tudo, mesmo porque eu não merecia tanto amor, mas agora sei que mereço.
Se os pássaros e as aves são alimentados por Deus e não têm porquê se preocuparem, por que eu deveria me preocupar por alguma coisa? Afinal, eu, como todo ser humano, sou provido de cabeça, tronco e membros. Com a cabeça eu penso, falo e dou glória a Deus; com o tronco eu posso me virar de um lado para o outro, e vou para aonde meu cérebro e meus pés me guiarem; e com as mãos, esses membros tão especiais, principalmente para um escritor, não posso deixar de passar ao papel as lindíssimas inspirações e aspirações divinas que vêm à minha mente e ao meu coração.
Agradeço pelo privilégio quando, uma vez ou outra, ouço uma voz interior que me diz: “Levanta, toma tua caneta e escreva!”